
...ESSA BRUXA BENEDITA, de Lenice Gomes, Editora DCL. Bruxarada enfeitiçada pela Benedita, que converte a noite em dia.
"SAPO-BOI
SAPO-TANOEIRO
SAPOS-PIPAS
SAPO-CURURU
DA BEIRA DO RIO..."
Ilustrei lenga-lengas e trava-línguas da personagem criada pela Lenice Gomes, para o poema editado pela DCL. É uma aprendiz de feiticeira que, com cabelos de fogo, confronta as trevas, domínio da bruxa Rainha. Usei um conta-gotas de nanquim para os traços, que foram aplicados sobre diversas superfícies de madeira e de alvenaria, bastante manchadas. O plano era justamente acompanhar o poema, de forma mágica e fluída, como quem assobia uma música. O corvo acima e os sapos abaixo foram, por exemplo, desenhados assim.
Abertura de uma matéria (revista BIONESTLÉ), que trata da relação entre arte e comida, é uma composição de fragmentos de obras de Caravaggio, Acimboldo, Brueghel, Léger, Lichtenstein, Warhol, Picasso, Gaba e Dorothée Selz. Montei uma natureza-morta no primeiro plano, que mistura o cubismo do início do século XX, a pop art e o chiaroscuro das frutas de Caravaggio. No segundo plano está Vertumno, de Acimboldo, com uma língua de Antoni Miralda. No plano seguinte, uma personagem de Caravaggio, detalhes de Jean-Baptiste-Siméon Chardin e, acima ao fundo, o banquete nupcial de Pieter Brueghel.
A imagem acima ilustra o texto BICHO-LOBO, de André Neves. Faz parte de uma compilação de narrativas populares brasileiras, recontadas por diferentes escritores e ilustradores. Um projeto editorial da Cargill, a ser lançado pela DCL, sob coordenação do Estúdio Sabiá. Dolores, a filha do coronel, observa a noite pela janela. Ela é a menina dos olhos de Laurindo. Sétimo filho rejeitado pela família, pálido, franzino e doente.
Este mapa – que faz parte do livro de Georgina Martins e Teresa Silva Telles, lançado pela Editora DCL – mostra as principais rotas dos tumbeiros abarrotados de escravos que vinham da África para o Brasil. O livro trata do passado doloroso vivido pelos escravos negros no período da Colonização no Brasil. O projeto gráfico mistura material iconográfico com pirogravuras colorizadas com anilinas, café, óleo de nogueira, ferrugem e outros materiais.



Montei o cocar acima para a capa do primeiro catálogo literário de obras de autores indígenas editado no Brasil. Sinal dos novos tempos. De preocupações étnicas, busca de sentidos e de recuperação da alma ancestral brasileira. Fomos convidados pelo escritor Daniel Munduruku, querido parceiro e Diretor-Presidente do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual para fazer o projeto gráfico das duas versões dessa publicação, em português e inglês. Esta é uma contribuição do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas do Inbrapi para os educadores brasileiros e estrangeiros, que agora podem encontrar uma parcela expressiva da produção indígena nacional num único volume. Para saber mais, confira o site do Daniel Munduruku.
Num único volume a versão integral de um dos mais importantes poemas da literatura brasileira, o NAVIO NEGREIRO, de Castro Alves, e o poema homônimo de Heinrich Heine, escritor romântico alemão influenciado pelo iluminismo francês. Publicado pela primeira vez em 1854, tem caráter épico-narrativo enquanto que o de Castro Alves, surgido quinze anos depois, em 1869, é essencialmente lírico, revelando mais sobre o narrador que sobre o evento. No poema de Heine, em contrapartida, o mundo objetivo se impõe sobre o narrador.
















