fevereiro 27, 2014

>>> A MINHA PÁTRIA É A MINHA LÍNGUA




Neste Histórias Populares da Língua Portuguesa, conforme a sinopse do próprio Celso Sisto, o fio de ouro que liga cada uma das histórias é o idioma português. Estamos diante de histórias que são contadas há muito tempo. Tanto tempo que é impossível apontar com precisão quando elas surgiram. Sabemos que todas elas têm a ver com a passagem dos colonizadores portugueses por cada um desses territórios. E como a língua portuguesa ficou plasmada para sempre na cultura desses povos, as histórias, ainda que já existissem, passaram também a ser contadas nesse idioma. A lusofonia congrega falantes de um mesmo idioma, que se torna ainda mais rico, distinto e específico em cada lugar.

Depois de Histórias da América Latina, de Silvana Salerno, a Planeta Jovem prepara o lançamento desta obra que reúne narrativas de diversos países, recontadas à maneira brasileira pelo autor Celso Cisto. São histórias antigas dos seguintes países da comunidade lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Cada uma delas acompanhada pelas obras dos ilustradores Rui de Oliveira, Rosinha, Ellen Pestilli, Fernando Vilela, Elma, Renato Moriconi, Ionit, Andrea Ebert, Pedro Rafael e Odilon Moraes. Divido o projeto gráfico com Eduardo Okuno. E fiz também a ilustração da capa e um mapa interno. O mosaico, que serve sempre de mote da composição, é aqui feito também com azulejos portugueses.

fevereiro 05, 2014

>>>> UMA AVENTURA WAPIXANA




O Povo Wapixana é um dos mais de 307 povos indígenas do Brasil. Muitos habitam terras indígenas nos campos naturais do Estado de Roraima, como as TIs Raposa Serra do Sol, São Marcos e Serra da Lua. Outros, moram na Republica Federativa da Guiana. Hoje são cerca de 9.000 pessoas nos dois países, sendo que a maioria vive no Brasil. A cultura Wapixana tem mais de 4.000 anos e foi dominante nos lavrados de Roraima. O tronco linguístico é o Aruak, e sua língua é o Wapixana. Apesar da violência a que foram tantas vezes submetidos, a língua e a cultura wapixana ainda estão preservadas e são ensinadas nas escolas das aldeias. O povo Wapixana divide hoje o território com outros povos, com os quais convivem pacificamente.








Ilustrei a movimentada e divertida narrativa, protagonizada apenas por animais, a convite da Paulinas Editora. O texto é assinado pelo escritor indígena Cristino Wapichana, natural de Roraima. Além de publicar obras como A onça e o fogo (Editora Manole), é também músico e o atual coordenador do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas (NEARIN), cujo objetivo é qualificar escritores e artistas indígenas para o ofício literário.



>>>> DA TRADIÇÃO DO POVO ZULU


Pela Editora Biruta sairá em breve lançado este reconto, com toques de suspense, aventura e desfecho surpreendente.  Nas Garras dos Babuínos tem texto assinado por Rogério Andrade Barbosa. Do mesmo autor tive a oportunidade de ilustrar vários outros títulos: O amigo de Darwin, um jovem desenhista em Galápagos (Editora Melhoramentos, 2013), Zanzibar, a ilha assombrada (Cortez Editora, 2012), A tatuagem, reconto do povo Luo (Editora Gaivota, 2012) e Pigmeus, os defensores da floresta (DCL, 2009).



Relatos sobre animais, que encontram crianças perdidas ou abandonadas numa floresta e as criam como se fossem seus próprios filhotes, são recorrentes em várias partes do mundo. Registros assim, fabulosos, inspiraram as obras de escritores como Rudyard Kipling e Edgar Rice Burroughs. Quem não conhece as aventuras de Mowgli, o menino indiano adotado por uma  matilha de lobos, ou as façanhas de Tarzan, o homem-macaco, acolhido por uma gorila em plena selva africana?




Entre as histórias contadas ao pé da fogueira pelo povo Zulu, no interior da África do Sul, abundam contos sobre crianças raptadas e cuidadas por babuínos. A versão aqui recontada é baseada numa dessas inúmeras narrativas. Na confecção das ilustrações desse livro, mais uma vez, misturei monotipias, colagem, pigmento oleoso, tinta offset, papel artesanal e retoque digital, inspirado pela iconografia tradicional Zulu.