agosto 24, 2010

TEMPO DE CAJU


Final de agosto. Os cajueiros estão prestes desabrochar com as chuvas de maturi. Os Tupibambá atravessam uma lagoa de águas turvas sob a chuva. Enquanto isso, aguardamos a segunda edição impressa dessa história de um curumim apaixonado por caju, que tive o gosto de ilustrar. O livro integra agora a coleção Hora Viva, da Editora Positivo, e foi escrita com delicadeza e vitamina C pela cearense Socorro Acioli. Sua ficção, que mostra o relacionamento entre o avô Tamandaré e seu neto Porã, traz uma reflexão sobre o tempo, sobre os ciclos naturais e as transformações da vida.


Antes de começar a rabiscar, para entrar no clima da obra, fui xeretar um cajueiro frondoso que fica aqui pela vizinhança. Quando é tempo de caju, costuma ficar carregado e perfumado. Apanhei algumas folhas e a partir delas comecei a imaginar um entrelaçamento entre os reinos, embaralhando folhas, penas, asas e sementes. Porã adormece tranquilo aninhado na copa de um cajueiro. A primeira edição do livro, pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará, foi ilustrada pelo Daniel Diaz, colega associado da SIB, para o Programa Alfabetização na Idade Certa PAIC.