janeiro 02, 2013

ENCANTOS DO TIMOR-LESTE



De pai para filho, de avô para neto, o povo timorense gosta de contar e ouvir histórias que se perdem no tempo. Muitas surgiram lá mesmo na terra. Outras foram ouvidas dos portugueses (interessados no perfumado sândalo e em outras riquezas), dos indonésios, dos chineses e de outras gentes que por lá chegaram e viveram, mas ganharam o colorido do lugar. O contador tradicional de histórias no Timor recebe um nome muito especial, Lia Nai, que significa Senhor da Palavra. Palavra que encanta e que reúne as crianças fazendo brilhar seus olhos nas noites da Terra do Sol Nascente. Este livro da FTD reúne dez narrativas por mim ilustradas.



Ao norte da Austrália e ao sul da Indonésia, no sudeste asiático, fica a pequena ilha do Timor-Leste. É lá que vive o crocodilo que, ao contrário de muitos que vivem no leito dos rios, mora no mar. Os habitantes da ilha o chamam de Abô Lafaek, que significa Avô Crocodilo. Os timorenses apreciam festas longas, nas quais se dança o tebedai, ao som do babadok, e os homens bebem o vinho de uma palmeira. Geraldo Costa, o autor, viveu alguns anos no Timor-Leste. E foi contagiado pelas histórias que lá ouviu. A imagem da praia acima, por exemplo, abre o conto Lakuwatu e o rei dos morcegos. E as mulheres abaixo, exibem suas vestes cerimoniais (tais) e adornos nos cabelos (ulsuku), enquanto dançam e percutem seus babadoks, tambores exclusivos, em homenagem aos seus ancestrais.