julho 15, 2011

FALA COMIGO, PAI!


Tuna faz quinze anos e descobre que Rick, na verdade, é seu padrasto. Decide procurar por seu pai biológico na tentativa de compreender aquilo que o levou a abandonar a família anos atrás. Surfista descompromissado, Biel se deixou levar pelas ondas dos mares, surfando pelo gosto da aventura, até parar na Indonésia. Mal conheceu o filho que cresceu, tão parecido com ele, cabeça solta, o mar no sangue e a prancha nos pés. Pai e filho, um mar de solidão. Saudades de algo que jamais desfrutaram. Tuna viaja para encontrar Biel, sem imaginar o que brotará desse encontro.


Nunca tinha feito qualquer rabisco sobre surfe. Embora tive alguns amigos surfistas e temporadas deliciosas no litoral norte e sul de São Paulo. Quando a Editora Rovelle me convidou para criar as imagens e o projeto gráfico deste livro juvenil escrito pelo prolífico Júlio Emílio Braz, as memórias praianas vieram à tona. De mim esperavam uma abordagem inspirada na paisagem e grafismos étnicos, tradicionais, balineses, indonésios, australianos. Ou na estética ousada do universo do surfe.


Aceitei o desafio, porém, porque o eixo dramático da história me agradou. Notei que as tensões climáticas da trama ofereciam um pretexto diferente para ilustrar as passagens. Depois de tantos trabalhos gravados à fogo, senti um apelo para inverter o raciocínio. Percebi que poderia usar a água, seus humores e nuanças, para acompanhar o ritmo das marés e dos sentimentos oscilantes das personagens. No projeto gráfico, que ficou sob a responsabilidade do nosso estúdio, também buscamos favorecer esse partido. Na capa, para intensificar o efeito resplandecente do sol sobre o mar, utilizamos cold stamping no acabamento. Um produção editorial cuidadosa, que só foi possível graças ao entusiasmo e sinergia de todos.

4 comentários:

CárcamO disse...

que belo impacto tem esta ilustra Mauricio.Muita água e seu bom humor,claro!Parabéns e obrigado pelas
visitas e palavras deixadas no blog.
Um grande abraço a todos e bjo nessa flor que cresce dentro de casa.

Mauricio Negro disse...

Obrigado, Cárcamo. Ousei fazer uma aquarela heterodoxa. Acrescentei uma textura balinesa no acabamento digital. Espero que aprove a heresia, mestre! E fico muito contente que tenha gostado...
Estou mais familiarizado com o fogo, mas este livro pedia água.

Abraços insulares.

mila santoro disse...

nossa, Mau!
que LINDAS as ilustras da capa e essa do mar, do miolo! Impressionam!!
quem disse fui eu, Mila, mas não sei como me cadastrar hehe

Mauricio Negro disse...

Valeu, Mila! Que bom que curtiu... Nem precisa cadastrar. É só visitar e pronto. Boas inspirações com o Engenho da Terra! Qualquer coisa, estamos por aqui. Bjs!