Lançamento da DCL Editora, 20/06 às 12h00 no 11º Salão FNLIJ, mais um livro de Rogério Andrade Barbosa. O projeto exigiu uma pesquisa sobre a iconografia desses povos africanos, genericamente conhecidos por Pigmeus. Ou gente pequena, como eles chamam a si mesmos. O povo da floresta tropical de Ituri, os Efe ou Pigmeus Mbuti, estão entre os mais antigos da África. Essa floresta, rica em recursos naturais, fica numa região montanhosa no nordeste da República Democrática do Congo.
A mais conhecida expressão artística dos Pigmeus é sua música polifônica. De uma certa maneira, traduz sua maneira de viver. A partir da arte tradicional de suas roupas (mulumbas), pintadas com bonitos desenhos abstratos, recriei os padrões estilizados e a geometria colorida. Também fiz registros de pintura corporal e combinei uma série recursos para traçar os desenhos, fazer as pinturas e colagens com elementos naturais, como argila, cal, palha, folhas e sementes. Houve também interferência digital nas ilustrações.
Os pigmeus se integram à floresta, com uma notável intimidade. Vivem, falam, dançam, cantam e encantam sob uma perspectiva bioética. Frágil equilíbrio diante de culturas estrangeiras e invasoras. Da floresta de Ituri a madeira tropical é colhida, legal e ilegalmente, em larga escala. Os minerais como o ouro e o coltan, utilizado em telefones celulares, são bastante explorados. No começo da década de 90, as companhias madeireiras comerciais malaias e européias invadiram a região, trazendo malária, prejudicando a caça e introduzindo o dinheiro, o tabaco e a maconha. Os Efe ficaram doentes, famintos e desalentados. Durante a última década, sua forma de vida tradicional tem sido abalada pela forte atividade florestal comercial. Desde a metade de 2006, a reconstrução de estradas têm oferecido às madeireiras mais acesso à floresta, comprometendo o habitat natural do Povo Pigmeu Efe. As guerras e o círculo econômico asfixia os Pigmeus: a floresta está desaparecendo. Disse o velho e sábio Efe Moke: "Vocês entenderão porque somos conhecidos como o povo da floresta... Quando ela morrer, morreremos com ela".
5 comentários:
Agora entrei!Tudo muito bonito e muito diferente, um universo a parte, esta é minha impressão.
Parabéns por esta sua marca tão pessoal.
Abs!
Jean
Jean,
valeu pela impressao, mesmo! A gente nunca consegue distanciamento critico, ne?
Mais facil eh falar do trabalho alheio. Tambem me perdi pelos seus carnets des voyages
e achei tudo muito e divertido demais! Vejo o Brasil e também a França nas suas ilustras.
Na composição, de uma maneira geral, ha um pouco de ambos. Tambem no cuidado com as
textura e conceito. Tropicassemblage lirica, com muita fantasia e humor. Alias, muito humor.
Seu sorriso, por exemplo, esta em todas as imagens. A gurizada deve pirar com a liberdade!
Pena que nao consegui deixar meus comentarios no blog. Valeu, abracao!
Êita!
Bem legal isso, hein?
Aliás, supimpa como sempre.
Abraço
Junião
Fala, Juniao!
Estimulado pelas suas férias, tirei também meu time temporariamente de campo. Dez dias depois, eis-me cá. Lamentei apenas perder o lançamento dos PIGMEUS lá no Salão no Rio. Que bom que curtiu. Adorei fazer esse livro do Rogério. Aproveitando, aquela charge iraniana no seu blog ficou sensacional! No sábado nos vemos no futibas, certo? Abraço!
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