


Ilustrei diversos livros de temática indígena, escritos por
Daniel Munduruku. Este foi o primeiro. É um projeto de memória afetiva, sobre a vivência na intimidade da floresta, sobre a transmissão oral do conhecimento compartilhado ao redor da fogueira e, em especial, sobre a percepção da unidade que perdemos no contexto urbano. Lançado pela Global Editora, as pirogravuras originais estarão na mostra expositiva
LINHAS DE HISTÓRIAS, no Sesc Belenzinho, de 13/07 a 28/08/2011.
Sobre os Munduruku, cujo nome significa formigas-gigantes, pesquisei suas tradições, situação geográfica, arte plumária, cestaria e pintura corporal. E tirei uma licença poética para recriar as personagens, detalhes e cenários. A colorização foi feita com pigmentos naturais e anilinas. A pasta de urucum veio do Acre, produzida pelo povo Ashaninka. E o sombreamento de algumas imagens foi feito com a queima da própria gravura.
É primeiro livro bilíngüe – português-munduruku – que temos notícia. Isso representou um desafio técnico de tradução e transcrição fonética e ortográfica. Inclusive em termos de editoração eletrônica, especialmente com relação à acentuação de consoantes.