Alguns anos depois do sucesso Cidade de Deus, o escritor Paulo Lins resgata momentos da formação da cultura brasileira através do samba, do candomblé e da umbanda e do modo de vida nacional no Rio de Janeiro na década de 1920. O autor conta a história de diversos personagens envolvidos na fundação do primeiro bloco de Carnaval, da escola de samba Deixa Falar, a primeira escola de samba do Brasil, fundada no Rio de Janeiro, em 1928. Moradores e frequentadores da zona do baixo meretrício do Rio trazem ao leitor a realidade das ruas naquela época. Prostituição, relacionamentos conturbados, sexo, violência, fé e ritmo. Assim foi o samba fazendo escola e pedindo passagem.

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA apresenta a Pequena África que é a região que inclui Estácio, Cidade Nova, Rio Comprido, Zona Portuária e Catumbi. Uma zona onde moravam os negros que vieram da Bahia e trabalhadores do cais do porto do Rio de Janeiro. Um gueto, onde também viviam portugueses imigrantes, espanhóis e árabes.
Na entrevista para o GloboNews, o autor dá seu testemunho sobre a superação da "doença da meia-noite", conforme dizia Egar Allan Poe. E mostra satisfação em lançar agora este novo e cativante romance pela Editora Planeta, cheio de ginga, cuja capa tive o privilégio de criar. O vermelho e o branco, dominantes na ilustração, eram as cores oficiais da Deixa Falar. Como também compõem, junto com o preto, a identidade cromática do Seu Zé Pelintra e do Exu Tranca-rua, entidades da nova religião. O samba e a umbanda nasceram no mesmo terreiro de candomblé.