
Os Tapirapé são um povo Tupi-Guarani originário da floresta do Pará. O contato com as frentes de expansão a partir do séc. XX os fez estreitar relação com os Karajá. Perderam parte de seu território tradicional para a agropecuária na década de 1990. Mas conseguiram reconhecimento oficial de duas TIs (terras indígenas), uma delas coabitada pelos Karajá. Porém, na TI Urubu Branco ainda enfrentam pressões e invasões de fazendeiros e garimpeiros. Moram em aldeia de formato circular, com a "casa dos homens" no centro, onde se reúnem à noite. Caçadas e pescarias são feitas pelas "sociedades de pássaros", isto é, grupos masculinos organizados por faixa etária. Cada um tem seu espírito protetor animal, que reverenciam. Atualmente educam as crianças em tapirapé e em português.

São amazônidas os Sateré-Mawé. Vivem entre os estados do Pará e do Amazonas. E falam uma língua Tupi bastante diferente das demais, por ser muito antiga e devido ao isolamento. Embora aguerridos, foram escravizados pelos portugueses no séc. XVIII e também vitimados por massacres durante a Cabanagem no séc. XIX. Povo de floresta, todos os seus clãs adotam animais protetores, para os quais dedicam rituais e oferendas. Apesar do catolicismo, muitos ainda praticam a tradição. São os primeiros a domesticar o guaraná, que chamam de uaraná-cecé, do qual obtém o çapó, uma bebida estimulante de leve amargor usada como suco e em rituais de cura. Ainda hoje praticam o ritual da tucandeira, para iniciar os meninos na vida adulta. A imagem acima faz um recorte da cerimônia.