maio 20, 2009

ERA UMA VEZ...HISTÓRIAS QUE CURAM

Pesquisas e exames de neuroimagem têm revelado os efeitos cognitivos e psíquicos que as narrativas são capazes de gerar, influenciando a capacidade humana de crer e tomar decisões. Pesquisadores de diversas áreas têm encontrado indícios de que nosso cérebro parece ser fisicamente estruturado para gostar de histórias. O fascínio da narração, portanto, é o mote dessas ilustrações que estarão na próxima edição da revista Mente e Cérebro. Há quem note algo de familiar no retrato do casal. Já a leitora abaixo se rende à prosa pirográfica e irresistível do argentino Julio Cortázar.

maio 02, 2009

PIGMEUS: OS PROTETORES DA FLORESTA

Lançamento da DCL Editora, 20/06 às 12h00 no 11º Salão FNLIJ, mais um livro de Rogério Andrade Barbosa. O projeto exigiu uma pesquisa sobre a iconografia desses povos africanos, genericamente conhecidos por Pigmeus. Ou gente pequena, como eles chamam a si mesmos. O povo da floresta tropical de Ituri, os Efe ou Pigmeus Mbuti, estão entre os mais antigos da África. Essa floresta, rica em recursos naturais, fica numa região montanhosa no nordeste da República Democrática do Congo.

A mais conhecida expressão artística dos Pigmeus é sua música polifônica. De uma certa maneira, traduz sua maneira de viver. A partir da arte tradicional de suas roupas (mulumbas), pintadas com bonitos desenhos abstratos, recriei os padrões estilizados e a geometria colorida. Também fiz registros de pintura corporal e combinei uma série recursos para traçar os desenhos, fazer as pinturas e colagens com elementos naturais, como argila, cal, palha, folhas e sementes. Houve também interferência digital nas ilustrações.

Os pigmeus se integram à floresta, com uma notável intimidade. Vivem, falam, dançam, cantam e encantam sob uma perspectiva bioética. Frágil equilíbrio diante de culturas estrangeiras e invasoras. Da floresta de Ituri a madeira tropical é colhida, legal e ilegalmente, em larga escala. Os minerais como o ouro e o coltan, utilizado em telefones celulares, são bastante explorados. No começo da década de 90, as companhias madeireiras comerciais malaias e européias invadiram a região, trazendo malária, prejudicando a caça e introduzindo o dinheiro, o tabaco e a maconha. Os Efe ficaram doentes, famintos e desalentados. Durante a última década, sua forma de vida tradicional tem sido abalada pela forte atividade florestal comercial. Desde a metade de 2006, a reconstrução de estradas têm oferecido às madeireiras mais acesso à floresta, comprometendo o habitat natural do Povo Pigmeu Efe. As guerras e o círculo econômico asfixia os Pigmeus: a floresta está desaparecendo. Disse o velho e sábio Efe Moke: "Vocês entenderão porque somos conhecidos como o povo da floresta... Quando ela morrer, morreremos com ela".